O Camião sem refresco

No Sábado de manhã pela fresquinha, já que o dia prometia calor desértico, levantei-me, seguiu-se uma banhoca e fui por aí abaixo, cedo para estacionar o carro e não ficar sujeito a multa, mas também para ser um cidadão que cumpre, não transgredindo. Cheguei, estacionei e fui tomar o pequeno-almoço. Lá encontrei uns amigos. No regresso, já tinha chegado o camião!

Meia hora depois voltei ao local do Senhor do Padrão, onde naquele espaço verdejante, se juntaram centenas de apoiantes (provavelmente alguns intrusos faziam número), mas pouco interessava, o essencial era ver os candidatos, que o candidato escolheu. Até aqui tudo bem, e não foi por acaso que fui cedinho - estacionar bem é importante.

Para meu espanto, os próprios candidatos, imaginando-se já eleitos e com o peito bem de fora, rolavam a quatro rodas e lá onde houvesse buraco, lá metiam a charreta. Estou a lembrar-me que chegou o candidato à junta de Matosinhos e outros claros, mas este, deu no olho, pela forma como chegou com a sua manjedoura e o passeio foi o lugar escolhido para transgredir. Foi preciso ter lata. Quem pensa que é, e não o é, risca de “chichicar” a imagem do chefe.

Entretanto o camião que servia de palco ia ficando composto e radiante com tamanho sol, lá foi atacando as estrelas que subiam a palco. Porquê? Porque o ar condicionado avariou com tamanha poeira depositada naquele bulldozer que ia atirando os mais frágeis (quase todos para controle médico). Também não admira, todos se vestiram a rigor, acreditem que só faltou mesmo o condicionado. Uns bem vestidos e de gravatinha e flor ao peito – olha; era o caso do candidato da terra do mosteiro e, parece que a primeira reivindicação p´ra sua terra – é o metro a sobrevoar…

Havia mais – olha; o Alexandre Lopes esperneava-se todo, abria a boca com falta de ar, suava que nem uma lambida e com o efeito do calor nem conseguia articular - até se esqueceu que havia uma mulher candidata, felicitando os dez homens candidatos! - Convenhamos que se o comendador demorava mais 2 minutos com o discurso, o homem arrasava o chão.

Não podemos terminar sem poder louvar o mais inteligente, porque esse parece ter sido o único que previu calozinho. Sabem, os que viram aquele de camisolita cor de laranja, “de cor estranha” com ar de malandro, bem há vontade e sem transpirar – suor - deixando no palco do camião, a sua descontracção e muitos olhos…

É p´ró que serve a concentração…