- Carta aberta para D. Júlia Príncipe -
“Cego não é aquele que não vê, mas aquele que não quer ver”.
Caríssima D. Júlia Príncipe.
Esta será, quase de certeza, a última vez que me dirigirei a V. Exa. publicamente.
Aliás, não faz parte da linha editorial deste blogue responder seja a quem for. Muito menos a quem nos critica sem fundamento.
Abro uma excepção para V. Exa.
A forma vil e deselegante com que se dirigiu a um administrador deste blogue é inaceitável e, só publiquei o seu comentário para que se veja o quanto as pessoas podem descer.
Queira V. Exa. saber que não pode estar mais errada.
O administrador, que a Sra. cobardemente atacou no seu comentário, é um homem que faz cidadania todos os dias, e não precisa de o dizer que o faz. Simplesmente faz. Não se auto-promove nem se pavoneia por aí, ao contrário de algumas pessoas.
Mas a Sra. – dona de elevada sabedoria – evoca o nome de Deus para chamar
“… intolerância politica…” e
“…anomalias tão graves…”.
Caríssima Senhora, não se trata de
“intolerância política”, trata-se isso sim de verdades. A verdade nem sempre é agradável, dói, mas não deixa de ser verdade.
Sabe-se, e a Sra. que andas nos bairros devia saber, que muitos desses “pobres”, de pobres não têm nada. Pagam rendas sociais de 10/20 euros, quando pagam; recebem 2,3,4 rendimentos de reinserção social e andam de Mercedes. São excepções? Pois não o deviam ser.
Se a Sra. concorda que se esbanje dinheiro com aquisição de viaturas para as câmaras, que se gaste dinheiro com outdoors e publicidade, que se esbanje milhares de euros em comunicações e jantaradas, então estamos conversados.
Mas acrescenta, “…anomalias graves…”,
“como a falta de visão”. Cara Sra., não são anomalias, são invisuais. Nuns casos de nascença e noutros casos por acidente, ou ainda, por patologias graves como o descolamento da retina, entre outros. Anomalias, são coisas que não são normais. Logo, V. Exa. está a chamar “anormais” aos invisuais, e isso sim, é um insulto. Mas a V. Exa. respondo-lhe com a minha citação acima reproduzida, interprete-a como quiser.
Mais, queira V. Exa. saber que o autor desse post, foi pioneiro na criação de postos de trabalho para deficientes, não só invisuais, mas para deficientes profundos inclusive. E a Senhora?
Mais, foi distinguido por tal facto, e a Senhora? Pavoneia-se pelos Lyons?
Quanto ao
“…reparta o que lhe sobra…”, permita-me deixar-lhe mais uma citação,
“não lhes dêem o peixe, dêem-lhes uma cana e ensinem-nos a pescar”.
Caríssima Senhora, V. Exa. não é lorpa em ajudar quem precisa, deve faze-lo, o que não deve fazer é mandar atordoadas a quem não conhece, sendo injusta.
Mais, a Sra. diz que é fácil
“criticar”, pois saiba V. Exa. que a critica sempre foi e sempre será uma forma de “construir”.
E para terminar, a pérola do seu comentário
“… disponibilizar-me para o orientar no combate à fome”. Agradecemos-lhe desde já a disponibilidade, mas não queremos roubar-lhe tempo, certamente bem necessário, para os seus “monólogos” no Clube dos Pensadores.
E, já agora, leia os artigos – por mais maçadores que sejam, aliás como os seus – até ao fim.
Até amanhã, até nunca.