quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Coligações "à la carte"



Toda a gente está preocupada com a ingovernabilidade que pode resultar das coligações arbitrárias e interesseiras. As maiorias absolutas foram ficando pelo caminho. Por isso proliferam as teorias das alianças para formar governo, mesmo com mentirosos compulsivos.

Esta certeza perturba grandemente os eleitores que, ao votar num partido, não têm qualquer garantia de ele fazer as coligações que preferem.

Como raramente concordam a 100% com um dado partido, muitos eleitores acabam por não votar em nenhum.

Devíamos exigir que os partidos esclarecessem, antes da votação, como pensam formar uma maioria parlamentar ou no executivo, no caso de não obterem maioria absoluta. A verdade é que os partidos raramente se dispõem a revelar as suas intenções neste campo.

Assim sendo, pensamos que devíamos caminhar para um sistema de votação em que o eleitor tivesse a possibilidade de votar nos vários partidos que constituem a sua coligação preferida, dando a cada um desses partidos o peso que muito bem entendesse.

Para esse efeito, em vez de uma cruzinha, o eleitor escreveria à frente de um ou de vários partidos a percentagem que lhes atribuía para a composição da "sua coligação"; por exemplo, sendo de esquerda podia votar numa mistura com 20% de BE, 20% de PCP e 60% de PS.

Votando dessa maneira 20% do seu voto iriam para o BE, outros 20% para o PCP e 60% para o PS. Estes três partidos repartiam o voto somando às suas contagens respectivamente 0,2 e 0,6 em vez de uma unidade como hoje acontece.

As votações, quando este sistema um dia for adoptado, reflectirão muito mais fielmente a vontade do eleitorado.

Em Matosinhos os dirigentes do PSD e os seus militantes estão revoltados, envergonhados, escandalizados e nas próximas eleições, qual o candidato que terá coragem de enfrentar o eleitorado?
Deixem-nos sugestões.

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