segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Miséria, porque não nos abandonas!!!

                 - Carta aberta para D. Júlia Príncipe -


“Cego não é aquele que não vê, mas aquele que não quer ver”.

Caríssima D. Júlia Príncipe.
Esta será, quase de certeza, a última vez que me dirigirei a V. Exa. publicamente.
Aliás, não faz parte da linha editorial deste blogue responder seja a quem for. Muito menos a quem nos critica sem fundamento.
Abro uma excepção para V. Exa.
A forma vil e deselegante com que se dirigiu a um administrador deste blogue é inaceitável e, só publiquei o seu comentário para que se veja o quanto as pessoas podem descer.
Queira V. Exa. saber que não pode estar mais errada.
O administrador, que a Sra. cobardemente atacou no seu comentário, é um homem que faz cidadania todos os dias, e não precisa de o dizer que o faz. Simplesmente faz. Não se auto-promove nem se pavoneia por aí, ao contrário de algumas pessoas.
Mas a Sra. – dona de elevada sabedoria – evoca o nome de Deus para chamar “… intolerância politica…” e “…anomalias tão graves…”.
Caríssima Senhora, não se trata de “intolerância política”, trata-se isso sim de verdades. A verdade nem sempre é agradável, dói, mas não deixa de ser verdade.
Sabe-se, e a Sra. que andas nos bairros devia saber, que muitos desses “pobres”, de pobres não têm nada. Pagam rendas sociais de 10/20 euros, quando pagam; recebem 2,3,4 rendimentos de reinserção social e andam de Mercedes. São excepções? Pois não o deviam ser.
Se a Sra. concorda que se esbanje dinheiro com aquisição de viaturas para as câmaras, que se gaste dinheiro com outdoors e publicidade, que se esbanje milhares de euros em comunicações e jantaradas, então estamos conversados.
Mas acrescenta, “…anomalias graves…”, “como a falta de visão”. Cara Sra., não são anomalias, são invisuais. Nuns casos de nascença e noutros casos por acidente, ou ainda, por patologias graves como o descolamento da retina, entre outros. Anomalias, são coisas que não são normais. Logo, V. Exa. está a chamar “anormais” aos invisuais, e isso sim, é um insulto. Mas a V. Exa. respondo-lhe com a minha citação acima reproduzida, interprete-a como quiser.
Mais, queira V. Exa. saber que o autor desse post, foi pioneiro na criação de postos de trabalho para deficientes, não só invisuais, mas para deficientes profundos inclusive. E a Senhora?
Mais, foi distinguido por tal facto, e a Senhora? Pavoneia-se pelos Lyons?
Quanto ao “…reparta o que lhe sobra…”, permita-me deixar-lhe mais uma citação, “não lhes dêem o peixe, dêem-lhes uma cana e ensinem-nos a pescar”.
Caríssima Senhora, V. Exa. não é lorpa em ajudar quem precisa, deve faze-lo, o que não deve fazer é mandar atordoadas a quem não conhece, sendo injusta.
Mais, a Sra. diz que é fácil “criticar”, pois saiba V. Exa. que a critica sempre foi e sempre será uma forma de “construir”.
E para terminar, a pérola do seu comentário “… disponibilizar-me para o orientar no combate à fome”. Agradecemos-lhe desde já a disponibilidade, mas não queremos roubar-lhe tempo, certamente bem necessário, para os seus “monólogos” no Clube dos Pensadores.
E, já agora, leia os artigos – por mais maçadores que sejam, aliás como os seus – até ao fim.

Até amanhã, até nunca.

5 comentários:

Bruno Neto disse...

“não lhes dêem o peixe, dêem-lhes uma cana e ensinem-nos a pescar”

Olá,

Costumo ler o vosso blog com regularidade e normalmente não partilho da vossa opinião... no entanto a citação da frase acima no vosso último artigo e no meio desta discussão (que sinceramente não percebo como ainda se mantêm) leva-me a felicitar o autor.

A frase espelha o que deveria ser o Socialismo dos nossos dias: não uma prática da subsidio-dependência mas uma política de criação de oportunidades em igualdade de circunstâncias no acesso à formação e ao trabalho!

É essa redefinição de "Políticas Sociais" que urge nos tempos que correm e que ninguém tem vontade e força para efectivar.

Cumprimentos e continuação do bom trabalho!

Anónimo disse...

Caro Senhor:
Fiquei honrada por me responder, visto dizer não ser habitual, da sua parte.Aceito as suas críticas construtivas, como gostaria que aceitasse as minhas.Pela maneira como pensa, acredito na sua postura cívica,mas desejava que fosse tolerante e acreditasse na minha intervenção cívica.Reli o que escrevi e concordo que,poderia
ter dito as mesmas coisas, mas com menos acutilância. Aceito.
Mas, ao criticar,o investimento em
oftalmologia fiquei zangada e, exagerei, pois recordei as limitações e, dificuldades em angariar os óculos para as minhas
amigas mulheres, dum bairro social
a quem eu presto homenagem, citando, a Albina.Refiro as vicentinas e os Lyons, pois recebem dádivas, para depois entregarem a quem lhes pede.
Acredito que, nos bairros, existam situações como o senhor diz, logo
lamento que,lá tenham entrado.No entanto,tem de admitir que também vivem excluidos.
Acabo por reconhecer que, a minha postura um pouco irreverente, deu
motivo a que, cada um ,por seu caminho, nos tivessemos encontrado nesta "peleja" que, eu lamento. No entanto,talvez tenhamos, como cidadãos, mais que nos una, do que
nos separe.
Quem sabe se, um dia um projecto solidário não nos juntará?
Meus respeitosos cumprimentos.
Até amanhã! Até sempre!
Júlia Príncipe

Anónimo disse...

Esta Júlia Príncipe só se arranja para dar no olho.
Vai sempre aos debates do Cdp sómente para uma coisa (tentar arranjar marido).

Até Sempre - Julinha..................no sitio do costume

Ingrid Maganinho disse...

«pois recebem dádivas, para depois entregarem a quem lhes pede.»

Aqui está o problema Dª Júlia Príncipe.

Quem recebe dádivas e por elas se torna responsável, não deveria atribuir a quem as "PEDE", mas sim a quem delas necessita.

Quem aceita receber dádivas em nome dos necessitados, tem que fazer um trabalho sério de investigação para dar a quem merece.

O Lyons, desculpe-me mas não passa hoje em dia de uma associação com fins de promoção social para novos ricos arrivistas.

Deixo um apelo a quem quiser realmente ajudar, esqueçam AMI´s, Cruz Vermelha, Remar, Lyon´s e todas as pseudo associações de ajuda.

Ajudem alguém que conheçam na realidade e saibam que necessita mesmo. Muitas vezes, basta ajudarem com um minuto por dia de conversa sobre o tempo que faz. Mas isso é muito importante para quem além do sentimento de carência económica, sente muito mais a perda de reconhecimento social.
Sem tratar como coitadinho, somente tratar de igual para igual, a maior parte das vezes é tudo quanto essas pessoas necessitam, voltarem a sentir-se respeitadas.

Abraço

Mar de Matosinhos disse...

"Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram"

Voltaire