domingo, 1 de novembro de 2009


                                                                Meninos com fome

Quem não tem olhos é cego




Meus amigos o negócio está em investir em produtos oftalmológicos, pois nem a Segurança Social vê a miséria que se fixa em Matosinhos, nem a Justiça apanha os pedófilos que frequentavam a Casa Pia, que também é uma questão de visão...

Pobre concelho. Calculo que você não saiba o que é ter fome. É que eu também não, mas infelizmente tenho olhos na cara para ver o que se passa à minha volta. Se passear pelo interior verá o que é miséria e fome. Verá como em 2009 se divide um tacho de água com toucinho por 6 ou mais pessoas. No dia em que aquilo leva uma couve ou uma batatita é uma sorte. Crianças que NUNCA comeram peixe fresco, num concelho de mar. Acreditem que é verdade.

Ter fome não é estar uma semana sem comer, ter fome é só ter ordenado para 15 dias quando o mês tem 30. Ter fome é ter de gastar 200 euros em medicamentos quando se tem uma reforma de 300. Ter fome é não ter um tecto para se abrigar e onde fazer comer. Ter fome é a vergonha que se tem, em ter de pedir ao vizinho uma chávena de arroz para aguentar um dia de trabalho. Ter fome é isto tudo e muito mais.

Mas para ti “presidente” as pessoas têm fome porque querem, porque não lhes apetece trabalhar, porque querem viver do subsídio, porque gastam o dinheiro em álcool. Para ti todos são prósperos e ricos. Só porque na tua rua todos são assim. Só numa coisa tens razão. Comparadas contigo, a maioria das pessoas pobres são ricas, pelo menos no espírito, onde tu és de facto muito pobre.

É por existirem pessoas como tu que nós por vezes temos vergonha dos nossos, concidadãos não é pelos pobres. É por pessoas como tu.

Que nunca te falte a comida no prato.

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu Deus,como é possível a intolerância política, "pegar" em
anomalias tão graves,como a falta de visão. Eu acompanhei residentes de bairros sociais e, constatei a sua dor de não poderem fazer, parte das suas responsabilidades
domésticas, assim como arranjar emprego, devido à falta de visão.
Vou informá-lo que pode angariar entre os seus amigos, armações para óculos, "arrumadas" e a estorvar
e, entregar nos Vicentinos ou Lyons.Não atire pedras sem saber
o verdadeiro alvo.O senhor pelo visto, não passa fome;reparta o que lhe sobra,como eu faço desde que tenho memória.O senhor não se identificou, mas eu vou assinar o comentário e disponibilizar-me para o orientar no combate à fome.
È fácil criticar, mas construir é
para os lorpas como eu...
Até amanhã! Até sempre!
Júlia Príncipe
Nota:Só li o 1º parágrafo;o comentário, refere-se a ele...

Vítor Maganinho disse...

Se lesse o resto do post, não teria escrito tanta asneira.

Ou então a Dª Júlia Príncipe, deveria em vez de andar nos bairros onde pagam tostões (10/15/20€) por as casas e recebem subsídios do estado para tudo e de pobres já não teem nada. Começar a estar mais atenta a quem vive à sua volta e paga 400/500€ por uma renda de casa, luz, água, gás, escolas dos filhos, transportes, vestir, calçar e comer, sem falar em mais nada. Teem que o fazer com 2 salários mínimos ou até só com um salário por desemprego de um membro do casal.
Estes é que são os verdadeiros pobres, mas como ainda conseguem andar na rua arranjadinhos, ninguém os vê.

Parabéns pelo excelente texto sobre o qual acabo de fazer um post no meu blogue.

Abraço

Anónimo disse...

É pena que a Sra. não tenha lido o texto na íntegra.n Ficaria com uma noção bem clara do que é a pobreza.
Saiba a senhora que pobres não são as pessoas que vivem em bairros sociais... Esses, de facto, não levam uma vida de riqueza, mas não vivem em verdadeira pobreza. Verdadeiros pobres, e cada vez mais frequentes, são aqueles que têm vergonha de dizer que o dinheiro não chega, são aqueles que gastam o pouco que tem com os filhos, ainda que isso implique passarem fome eles próprios...
E pobreza de espírito, essa sim, é, de facto, a pior...É deste mal que padece a maioria dos nossos governantes...

Jose Castro disse...

O post é muito humano e corresponde, de facto, à realidade que Matosinhos vive.

Cumprimentos.

José Castro.