sexta-feira, 26 de março de 2010

Desemprego, que é lá isso? O pessoal é que não quer trabalhar...

«Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade». Esta frase é atribuída a Joseph Goebbels, o homem da propaganda de Adolf Hitler.
A técnica tem tudo para resultar. As pessoas, na sua maioria, fixam apenas as frases de grande efeito, as parangonas dos jornais, as aberturas dos telejornais e, regra geral, dão muito maior crédito a um boato do que a um debate de ideias. Repetir uma mentira mil vezes é a forma ideal de criar o clima propício para uma quantidade de coisas que pareceriam improváveis, como "justificar" o extermínio dos judeus e a invasão de países soberanos. Ainda há bem pouco tempo assistimos a este fenómeno, com a “criação mediática” das armas de destruição massiva do Iraque.

Os nossos tristes aprendizes de Goebbels, do alto da sua extensa mediocridade, não querem exterminar judeus nem invadir nenhum país. Não. Os “socialistas” que nos governam querem apenas criar as condições que permitam justificar (entre muitas outras coisas) os cortes nos subsídios de desemprego. Segundo a sua teoria, os trabalhadores desempregados, se não receberem subsídio, ou se este for substancialmente cortado, serão forçados pela fome a procurar emprego. Só que ninguém sabe bem que empregos são esses e a "teoria" não passa de uma canalhice, servindo apenas para poupar uns euros que irão pagar as mordomias de outros... que bem conhecemos. Trata-se, como sempre têm feito, de tirar a muitos para entregar a poucos.
Como num universo de mais de 600.000 desempregados, o número que há uns dias decidiram inventar, os tais 13 mil empregos que os desempregados alegadamente rejeitavam, era demasiado ridículo, os nossos “goebbelzinhos” decidiram subir a parada e o tom da provocação feita aos trabalhadores. Agora, apenas alguns dias passados, os tais empregos que ninguém quer aumentaram como que por milagre para 58 mil.
Não adianta dizermos que o subsídio de desemprego é um direito e não um favor. Não adianta sabermos que muitos destes “empregos” que alguns “empresários” dizem que têm para dar e ninguém quer aceitar, não passam de conversa fiada e de sucedâneos da frase fascista «para quem quer trabalhar, há sempre trabalho». Não adianta denunciar o facto de uma grande parte destes supostos “empregos” não passarem de trabalho precário, ou simples burlas em que os trabalhadores serão enganados durante umas semanas e a seguir descartados, quantas vezes sem chegarem sequer a ser pagos. Não adianta apontar os milhares de portugueses que optam pela emigração, em número que já iguala o "êxodo" dos anos sessenta do século passado, como exemplo de quem quer trabalhar.
Não adianta desmascarar o facto de ao patronato interessar exactamente este clima: um mar de desempregados a quem podem oferecer “empregos” precários e mal pagos... ainda por cima com o respaldo do Governo.
De nada adianta, porque aos governantes do partido que ainda tem o descaramento de se denominar socialista, o que interessa é criar o clima que obrigue os desempregados a aceitar seja o que for, aonde for, por que preço for. Para isso basta que os “pequenos goebbels” da propaganda repitam mil vezes a mentira de que os desempregados, afinal, não querem trabalhar.
É o bastante para colocar trabalhadores ainda com emprego contra trabalhadores desempregados, numa manobra política abjecta, ainda por cima executada por uma "sindicalista" com cara de sonsa, que enverga vergonhosamente o título de Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social.

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